INTERPRETAÇÃO DA AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA POR GESTORES, DOCENTES, ESTUDANTES E FAMILIARES
Palavras-chave:
políticas educacionais, avaliação em larga escala, contexto escolar, gestão pedagógicaResumo
As políticas educacionais, formuladas em uma instância central, possuem diferentes interpretações em seu processo de implementação que influem na forma como são colocadas em prática. O objetivo central desta pesquisa consistiu em compreender como gestores escolares, docentes, estudantes e familiares interpretam as políticas de avaliação em larga escala em diferentes contextos escolares. A pesquisa foi realizada por abordagem qualitativa e técnica de entrevistas semiestruturadas com membros da comunidade escolar. A análise das respostas foi estruturada em dois núcleos temáticos: a finalidade das avaliações e a sua receptividade nas escolas, incluindo efeitos na gestão pedagógica. Os resultados mostraram que a concepção de avaliação em larga escala predominante corresponde à perspectiva normativa e reguladora que essa política possui em sua formulação. Na prática pedagógica, apesar das críticas, os efeitos observados são de acomodação para que a escola alcance bons resultados nas avaliações externas.
Referências
AFONSO, A. J. Avaliação Educacional: regulação e emancipação. 3 ed. São Paulo: Cortes, 2005.
BALL, S. J.; MAGUIRE, M.; BRAUN, A.; HOSKINS, K.; PERRYMAN, J. Como as escolas fazem as políticas: atuação em escolas secundárias. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2016.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.
BASSO, F.; FERREIRA, R.; OLIVEIRA, A. S. Uso das avaliações de larga escala na formulação de políticas públicas educacionais. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 30, n. 115, p. 501-519, abr./jun. 2022.
BONAMINO, A.; LIMA, N.C.M. Aspectos da gestão escolar e seus efeitos no desempenho dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. MARTINS, A. M. (et al Orgs.) Políticas e gestão da educação: desafios em tempos de mudanças. Campinas, SP: Autores Associados, 2013.
BOCCIA, M. B.; DABUL, M. R. Competências necessárias à equipe gestora. In: BOCCIA, M. B.; DABUL, M. R.; LACERDA, S. C. (orgs.). Gestão escolar em destaque. (Pedagogia de A a Z: v. 5). Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2013.
DALE, R. A sociologia da educação e o Estado após a globalização. Educação & Sociedade, v. 31, n. 113, p. 1099-1120, out./dez. 2010.
CRESWELL, J. W. Pesquisa qualitativa: abordagens tradicionais. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2010.
CRESWELL, J. W.; CRESWELL. J. D. Projeto de pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto. 5. ed. São Paulo: Penso, 2021.
FERREIRA, M. A. S.; OLIVEIRA, T.M.G. A comunicação escola-família: um estudo sobre a parceria entre pais e professores no processo de ensino-aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, v. 14, n. 42, p. 109-121, 2009.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
LIBÂNEO, J. C. Políticas educacionais neoliberais e escola: uma qualidade de educação restrita e restritiva. In: ______. Políticas educacionais neoliberais e escola pública: uma qualidade restrita de educação escolar. 1. ed. Goiânia: Editora Espaço Acadêmico, 2018.
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
LINDOSO, R. C. B.; SANTOS, A. L. F. Política educacional e a avaliação em larga escala como elemento de regulação da educação. Jornal de Políticas Educacionais. V. 13, n. 1, janeiro/2019.
MACHADO, C.; ALAVARSE, O. M. Qualidade das escolas: tensões e potencialidades das avaliações externas. Educação & Realidade, v. 39, n. 2, p. 413–436, abr. 2014.
MACHADO, C. Avaliação externa e gestão escolar: reflexões sobre usos dos resultados. Revista @mbienteeducação, v. 5, n. 1, p. 70-82, jan/jun, 2012.
MAINARDES, J. Abordagem do ciclo de políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educação & Sociedade, v. 27, n. 94, p. 47–69, jan. 2006.
MAINARDES, J. A abordagem do ciclo de políticas: explorando alguns desafios da sua utilização no campo da política educacional. Jornal de Políticas Educacionais, [S. l.], v. 12, 2018. DOI: 10.5380/jpe.v12i0.59217.
MENDES, A. P. S. A parceria entre família e escola no processo de ensino: um estudo sobre a comunicação e o envolvimento dos pais. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 34, n. 56, p. 72-85, 2016.
MIRANDA, N. A.; GARCIA, P.S.; VERASZTO, E. V. Avaliação em larga escala e seus efeitos na gestão escolar: a concepção dos diretores. Educação e Contemporaneidade, v. 29, n. 57, p. 251-268, jan. 2020.
NARDI, E. L. Gestão democrática do ensino público na educação básica: dimensões comuns e arranjos institucionais sinalizados em bases normativas de sistemas municipais de ensino. Educar em Revista, Curitiba, v. 34, n. 68, p. 123-136, mar./abr. 2018.
NÓVOA, A. As organizações escolares em análise. 2. ed. Lisboa: Dom Quixote, Instituto de Inovação Educacional, 1995.
SANTANA, A. C. M. A. construção do Estado avaliativo e o aumento das avaliações externas: propagando um ensino desigual para todos. In: ROTHEN, J. C.; SANTANA, A. C. M. (orgs.). Avaliação da educação: referências para uma primeira conversa. São Paulo: EdUFSCar, 2010. p. 38-50.
SOLIGO, V. A ação do professor e o significado das avaliações em larga escala na prática pedagógica. In: WERLE, F. O. C. (org.). Avaliação em larga escala: foco na escola. São Leopoldo: Oikos; Brasília: Liber, 2010. p. 119-133.
WERLE, F. O. C. Avaliação em larga escala: foco na escola. Brasília: Liber Livro, 2010.